segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

NATAL DOS SIMPLES

Passou o Natal. Para uns foi sóbrio e evocativo do Deus Menino, que nasceu pobre, numa manjedoura, demonstrando serem a pobreza e a riqueza questões morais e
éticas. Para alguns foi foi dia de "comer, beber e chorar por mais", até invocando o nome de Deus em vão...
Para muitos, crianças e adultos, lá fora, mas também cá dentro (em Portugal), o Natal foi simples ou nem souberam o que era Natal, passando fome e dormindo na rua. No nosso país, o próximo Natal, com o que aí vem, será muito pior para os pobres. Foi também para denunciar estas injustiças que Deus se fez Homem através de Jesus Cristo. Em solidariedade com os simples, Zeca Afonso fez o poema de uma canção que publicamos.


Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura

Sem comentários:

Enviar um comentário