domingo, 24 de abril de 2011

TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM

Amanhã, passam 37 anos sobre a queda de uma ditadura que oprimiu o nosso povo durante meio século. Quem viveu aqueles tempos, como o autor destas linhas, então adolescente, jamais esquecerá a festa colectiva pós-25 de Abril. Como escreveu a saudosa pintora Vieira da Silva, num quadro alusivo àquela data, "a poesia estava na rua". Também tu, Chico Buarque, tinhas razão, estávamos em "festa, pá". É com amargura que quem viveu aquela época com tanta esperança numa sociedade melhor e mais justa vê os tempos que correm. Mas, como diz o nosso povo, "a esperança é a última a morrer". Em nome dessa esperança, em homenagem ao espírito original do 25 de Abril e ao próprio Zeca Afonso, publicamos um seu poema de resistência.


Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

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