domingo, 23 de dezembro de 2007

MENINOS E ADULTOS FELIZES E INFELIZES NO NATAL

Nesta manhã de Natal
há em todos os países
muitos milhões de meninos
felizes.

Assim começa uma conhecida canção de Natal.
Se em todos os países há muitos milhões de meninos felizes, há mais milhões de meninos, homens e mulheres infelizes, seja no terceiro mundo ou mesmo nos países ricos do Ocidente, onde muitas crianças, mas também adultos -embora em percentagem muito menor que nos países pobres - vivem na exclusão e na miséria.
É sobre os pobres e excluidos que se deve falar e reflectir no Natal, mas, nos tempos que correm, aquela data é essencialmente caracterizada pelo consumismo a que nem todos têm acesso. Basta olhar para a maioria das montras, com pais natais e apelos à compra de objectos que nada têm a ver com o significado desta data: o nascimento de Cristo.
Cristo é Deus feito Homem. Nasceu para libertar o Homem do pecado e da opressão. Para lutar pela justiça social. Logo, a Sua mensagem não agradará aos que, com destaque para certas multinacionais, apenas vêem o lucro a qualquer preço, mesmo à custa da deslocalização selvagem de empresas, para ganhar ainda mais, lançando milhões de famílias na pobreza e na miséria no mundo inteiro. Daí que tal gente (?!) procure desvirtuar a data natalícia e fazer esquecer o nascimento de Cristo, também Ele excluido no seu tempo pelos poderosos, do ponto de vista económico e político, desde o Seu nascimento numa manjedoura.
Esta deturpação do Natal é o espelho da nossa época, em que "boa parte da burguesia não tem valores nem cultura, apenas quer ganhar dinheiro, seja de que maneira fôr, o que poderá pôr em causa o próprio regime democrático", " (...) algumas multinacionais mandam nos governos. É o poder económico que manda no poder político". Estas frases não pertencem a nenhum comunista, anarquista, ou ultra-esquerdista , mas ao escritor peruano Mário Vargas Llosa, liberal e apoiante, nos anos 80, das políticas de Reagan e de Thatcher. Ou, como disse João Paulo II, insuspeito de simpatia pelo comunismo, " o capitalismo selvagem volta a manifestar-se após a queda do comunismo, que apesar de globalmente negativo, teve um aspecto parcelar positivo: obrigou o capitalismo a respeitar quem trabalha e vive do seu salário".
Os que deturpam o Natal e o cristianismo em geral são comparáveis aos que em nome do "liberalismo" deturpam o seu sentido original, fundador das modernas democracias e defensor de uma rede social abaixo da qual ninguém deverá cair (Adam Smith dixit).
Foi gente parecida a esta que Cristo correu do Templo.
Se Cristo regressasse à Terra, certamente os actuais vendilhões atrás identificados voltariam a crucificá-lo como perigoso revolucionário.
A todos os colaboradores e leitores deste blogue, desejo um Bom Natal e um Feliz 2008.

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